Canteiro dos girassóis

Desvelando o sol poético.

Textos


A ROSA E O BOLERO
Guida Linhares

Era uma linda rosa branca
entre tantas outras do jardim,
acompanhada de um prometido botão,
a quem ela chamava afetuosamente
de Bolero.

Bolero crescia vigoroso,
ao lado da sua já formosa rosa
e muitas vezes ele pensava se depois
de desabrochado, seria tão belo
e perfumado quanto ela.

Bolero era uma flor na adolescência.
Buscava sua identidade própria.
Sabia que seria único e singular.
Mas ele agradaria aos olhos? Seria amado?
Amaria a quem o amasse?

Oh! Deus! Porque colocaste
tantas dúvidas no coração de
toda a tua criação.
Até os homens que são inteligentes,
ficam nesta dúvida cruel.

Amar! Serem amados!
Se entregarem ou não,
aos vínculos afetivos que às vezes,
terminam parecendo doces prisões,
atraídas pela liberdade dos pássaros.

Bolero florescia. Suas dúvidas
ainda não eram assim fortes.
Ele queria mesmo era ficar muito belo
para que todos os olhares nele pousassem,
até aquela borboleta colorida, a mais linda do jardim.

Ah! Com ela Bolero já sonhava!
E se imaginava abrindo todas as suas pétalas,
e aquela Borboleta que ele chamava de Paixão,
vir pousar bem no meio do seu coração.
Ah! Deus! Seria o êxtase total.

Mas Bolero também sabia,
que seria um único momento,
um milésimo de segundo, eternizado
em si, que traria tanta magia e encanto
que depois ele poderia morrer feliz.

E chegou o grande dia.
Totalmente desabrochado sob
o sol quente de um dia qualquer do verão,
veio a doce borboleta beijar Bolero,
em concretude plena.

E foi tanta emoção, que naquele momento
ele desejou, do fundo do coração,
ser um homem beijado por uma mulher,
quando ambos descobrem
que se amam de paixão.

Santos/SP/Brasil
24/02/08

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Guida Linhares
Enviado por Guida Linhares em 04/02/2010
Alterado em 12/01/2012


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