Pois é...sabemos ouvir? Observando meu netinho de dois meses, que diante das falas e brincadeiras, reage movimentando braços e pernas freneticamente, e que abre a boquinha como se quisesse falar, fiquei pensando justamente neste tema: saber ouvir.
Porque será que perdemos a capacidade de ouvir apenas, sem que a ansiedade da nossa fala seja predominante no diálogo com o outro, interferindo no entendimento.
E quando este outro diz algo que não gostaríamos de ouvir, e de imediato a nossa reação se torna negativa, respondendo à altura, sem uma reflexão mais profunda daquilo que nos chega pelo seu espelho?
Quantas vezes familiares e amigos mais próximos, na tentativa de um aconselhamento, acabam sentindo-se intrometidos, diante da nossa veemência de argumentos e justificativas? Além de não ouvir, queremos que os outros nos vejam do jeito que supomos que somos.
Outras vezes, como donos da verdade e defensores ferrenhos das nossas idéias, não somos atentos ao que o outro fala, e com isso deixamos de usufruir de um saudável intercâmbio que traria talvez um outro ângulo ou ponto de vista melhor que o nosso, ou que agregado ao nosso, ampliaria os horizontes.
Enfim, percebe-se que existe em algumas pessoas, uma tendência a concluir que suas verdades são absolutas, inquestionáveis e inalienáveis, e que a aceitação de outras vertentes de idéias poderia despersonalizá-los, ou parecerem incoerentes, fechando a questão em cima de uma justificativa padrão: - "Sou assim e não vou mudar. E não adianta ninguém dizer nada, que não vou escutar. Ponto final!"
Santos/SP/Brasil
01/04/10
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