Canteiro dos girassóis

Desvelando o sol poético.

Textos



JANELA DA ALMA
Guida Linhares
 
Na janela da alma me debruço
 e passo a apreciar o mundo em volta.
 Há tantas razões para viver,
 uma vida plena de amor e alegrias.
 
 Há na simplicidade das coisas,
 um mistério deveras fascinante.
 Ao passearmos num jardim florido,
 há sempre alguma flor em especial.
 
 E nela nosso olhar se perde,
 a ver as suas minúcias e encanto,
 a pensar que Deus em seu delírio,
 criou jóias de inestimável valor.
 
 Continuamos o passeio e crianças
 correndo, chamam a nossa atenção.
 Tão bom o doce tempo da infância,
 quando se pode brincar a vontade.
 
 Quando nossos pais nos cuidam,
 oferecendo formação e carinho,
 pois os filhos em nossas mãos,
 são valiosos tesouros de Deus.
 
 Ali adiante, uma gracinha de cão,
 ao lado de uma idosa passeando,
 talvez seja ele seu único amigo,
 que a livra da solidão das horas.
 
 E mais a frente, estirado na grama,
 um mendigo dorme a sua triste sina.
 Os restos de comida atraem moscas.
 Qual esperança acalentará seu sonho?
 
 Sento num banco e logo a companhia
 de uma jovem mulher se apresenta;
 tem os olhos vermelhos e fala enrolada,
 chora e ri descontrolada, está drogada!
 
 Continuo o passeio, agora pensando
 no porquê algumas criaturas,
 se perdem nos meandros da vida,
 e se tornam pedaços de trapo.
 
 Talvez as decepções e desenganos,
 façam com que percam a esperança.
 Sua auto estima perde a identidade,
 e de repente sentem-se esvaziadas.
 
Volto para casa ensimesmada, pois
 se há tantas razões para uma vida plena,
 há tantas outras que conduzem ao nada.
 Deito na cama e fecho as duas janelas. 

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Baú de Recordações 2007

Republicação com imagem

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Guida Linhares
Enviado por Guida Linhares em 17/07/2010


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