A saudade bateu forte
na tarde morna e preguiçosa.
Enquanto as folhas
saboreavam o vento,
resolvi penetrar nas lembranças,
debaixo do caramanchão.
Peguei o velho baú,
fechado há muito tempo.
E a emoção tomou conta.
Um cartãozinho de cada filho,
quando criança na escola.
Desenhos, corações entrelaçados
"Mamãe Eu te Amo!"
Eles cresceram e os cartões
se multiplicaram....
Quantas fotos de passeios,
acampamentos, viagens,
a família toda unida.
Fotos do casamento, lua de mel!
Cada tempo, seu encanto!
Mas é bom recordar o passado!
O tempo da adolescência,
as flores secas nos livros, os primeiros poemas.
O baile das debutantes, o primeiro namorado.
Os amigos da escola, a hora do recreio.
As travessuras e brincadeiras.
E lá no fundo do baú...
o Caminho Suave,
a cartilha que me fez conhecer
o que viria a ser uma grande paixão: as letras!
E voltando mais ainda no tempo,
o babador de crochê que ganhei da bisavó paterna,
onde a graça dos seus dedos criaram,
bem no meio dele, a mais doce palavra que aprendi
"AMOR"
Santos/SP/Brasil
12/05/10
Participação na ciranda "Baú do Tempo" do site A Era do Espírito do poeta Elio Mollo
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