ÍSIS, A RENA DO AMOR
Guida Linhares
Era uma feliz família de renas. Preparavam-se o ano inteiro, alimentando-se bem, pulando alegres pelos campos, exercitando-se bastante, para que quando chegasse o Natal, estivessem fortes o suficiente para enfrentar a jornada de entrega de presentes, do querido Papai Noel em sua missão de amor.
Naquele ano nasceram mais renas, todas vigorosas e saudáveis, com exceção de uma delas, que quase morreu ao nascer. Além de fraca, viera sem uma das patas, e isso fazia com que não pudesse andar e nem acompanhar as irmãs nas brincadeiras. Mamãe rena não tivera a coragem de sacrificar* aquela reninha tão debilitada, pois seu coração de mãe sentiu um amor imenso e como toda boa mãe, entregou à Deus o destino daquele filhote, diferente das demais. E deu à reninha o nome de Ísis, para que, mesmo com as limitações que viesse a ter em sua vida, pudesse representar vida e amor.
E assim Ísis, a rena que nasceu sem uma pata, cresceu com entusiasmo e alegria, cercada do carinho de toda a família. E até mesmo a falta da pata não tirava o brilho dos dias, pois que todas as outras renas sempre conseguiam um jeito de fazer com que Ísis participasse dos acontecimentos.
Então quando se preparavam para a chegada do Natal, faltando 21 dias, as renas todas resolveram ir conversar com Papai Noel e pedir que concordasse em que Ísis, agora já adulta, pudesse participar da entrega dos presentes. Papai Noel achou muita graça, daquelas renas todas a argumentarem e pedirem que Ísis não fosse deixada de lado e mamãe Rena emocionada, enxugava as lágrimas que escorriam de seu foçinho.
Então ele pediu que todas se aquietassem e assim falou:
- Minhas fiéis companheiras de jornada. Parece mesmo que voces não me conhecem. Parece mesmo que esqueceram que em meu coração cabe todas as criaturas deste mundão de Deus. Sejam elas perfeitas ou imperfeitas, estão morando na casa do Senhor, neste tempo e espaço e portanto todas têm direito à felicidade, à alegria, ao compartilhamento das emoções.
Emoção pura, as renas assoavam seus focinhos.
Escutava-se ao longe o som da "Aleluia",
preenchendo a atmosfera de fluidos positivos e de congraçamento geral.
Finalmente na véspera de Natal, todas as renas se apresentaram e Ísis, feliz demais da conta,
foi colocada no trenó, de jeito que a pata que lhe faltava, seria compensada pelas patas das irmãs, podendo assim participar da doce entrega dos presentes.
Aquele Natal foi diferente de todos os outros. Pois estavam todos irmanados, não só na missão natalina, como também em fazer a felicidade de Ísis, uma rena que veio ao mundo para despertar o semear o amor e bondade, um verdadeiro instrumento de
Deus na Terra, para o ensinamento da solidariedade.
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* Pelo instinto animal, algumas fêmeas sacrificam os filhotes quando percebem que são imperfeitos.
Pesquisa sobre o simbolismo de Ísis
Deusa da mitologia egípcia. Mãe de Horus e mulher e irmã de Osíris. Símbolo da maternidade, doadora de vida e principal divindade egípcia nos ritos funerários.
http://choli.sites.uol.com.br/isis.htm
No Antigo Egito, o trevo de quatro folhas era considerado símbolo de Ísis, a Grande Deusa, e utilizado nos Rituais de Iniciação e em Rituais para o Amor e para a Sorte.
http://www.divinaartepresentes.com.br/rituais_004.php
Santos/SP/Brasil
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Guida Linhares
Enviado por Guida Linhares em 03/12/2006
Alterado em 01/08/2010