Canteiro dos girassóis

Desvelando o sol poético.

Textos

Eita gostosura/Forró da sexta-feira/Vamo intão!!!/Olha Eu Aqui!/ Eita lasquera/Não aguentei e entrei

5) EITA GOSTOSURA ...
Guida Linhares  


Que forrozeado bão,
cumpadi Tarcísio arrumô.
Tamo tudo balançando
u isqueletu
i otras cositas más!
Começô na sexta-fera
i de tão bão que tá,
num tem hora pra cabá..
Vai entranu nu sábado,
vai ínté o sol raiá di segunda..
Saidera num termina,
i nóis tudu nem qué memo...
Vamu ouvindu u sanfonero,
i vai dando cumixão..
requebramo as cadera,
arrastando as chinela de dedo,
umbigu cum umbigu
é prá lá de bão!
Quem nun gosta di se alegrá??
inté quem é bobo,
qué mais é si sortá..
O cumpadi mi chamô,
eu nun quis iscuitá...
- Ói cumpadi, é arriscadu
di nóis dois si apaixoná..
Dispois dessi forró arretado,
num sei qui vai acontecê..
si eu num tomá cuidadu,
a barriga vai crescê..
i u cumpadi açanhadu,
num vai mais mi querê...
Vai dá nu pé dipressa,
forroseá do otro lado,
otra morena amassá,
i nun saí quemado...
Eta lasquera!
Ma que tá bom essi forró,
dissu num abro mão,
Vamu qui vamu cumpanhero,
na gingada si acabá..
Sustenta sanfonero!
Inté o sol raiá!

Santos, SP
02/12/06

A quinta forrozeira da turma da forrozada,
eta coisa boa....alegria, alegria!

1) Forró da Sexta-Feira
Tarcísio R. Costa

Vamo aproveitá, hoje é sexta-feira,
Vamos gargalhar, gritar sorrir,
vamos nos forró dançar
agarrado na cintura,
vamos namorar,
Hoje vale tudo!
Hoje é sexta-feira,
Num é dia de trabaiá
vamo acabar com as besteira,
e os grilo
Ao invés de ficar a remoendo
vamos pensar naquilo,
quanto mais mior,
tudo começa no forró,
É isso é aquilo
Eita forrózão,
Tá cheio de saudade o meu coração,
Quando lembro do meu sertão,
Dá vontade de chorar...

Sustenta sanfoneiro!
Inté o sol raiá!

Tarcísio R. Costa
Brasília/DF

***


2) Vamo intão!!!
Eneida L Lemos

Vamos intão...correndo pro salão
Dançar agarradinha...que delicia!!!
Balança para lá ...balança para cá
Hoje quero mesmo é me acaba.
A noite inteira vou dançar
Esquecer as minhas mágoas
Outro amor eu quero achar.

Sustenta sanfoneiro!
Inté o sol raiá!
  
***

3) Olha Eu Aqui!
Raquel Caminha
(Lindinha)

Está escutando o arrastado da chinela?
Sou eu dançando com meu moreno
pra lá e pra cá.
Ele segura firme da minha costa
e eu só requebrando.
É um amasso só!
O forró está esquentando,
meu coração palpitando,
meu moreno me apertando.
Sei não! Onde pode acabar isso.
Será que ficará só aqui no salão!
Mas nem penso nisso, vou aproveitar
esses braços forte e me soltar nesse arrasta-pé,
rebolando, esfregando, beijando e suando...


***

4) EITA LASQUERA!

Bernardino Matos.

Saculeja sanfonero, miudin,
pros passo ficá ligero,
e a nêga grudada nin min,
pra nós pudê dançá manero.

Eu gosto é dessi fungadu,
desse chero de sertão,
é puêra pra todo ladu,
disunera o coração.

Mediquei a nêga, ela danôsse,
dei um remeidin pra diabete,
prela nun fazê cú doce,
quase qui levei um bufete.

E quando bate o suó,
qui o imbigo da nêga gruda,
nun tem coisa mais mió,
o resto a sanfona ajuda.

E quando a nêga incosta,
a chicra dela no meu bule,
ai é qui meu juízo tosta,
nun sei mais se dance ou pule.

Issu né dança é tratamentu,
os besta chama de terapia,
nóis isqueci num momentu,
a marvada caristia.

Nóis manda pra baixa da égua,
a tristeza, a fome, a miséra,
nóis bebe pinga e passa a régua,
a sodade, coitada, já éra.

Eu vô pidí pro prefeito,
arterá o caledário,
o diabu tá cum defeito,
uma sexta só é precário.

Na sumana nóis tinha qui trabaiá,
como os inglês, quatro dia,
é só três sexta-fera acrescentá,
eita lasquera, era o qui nóis quiria.

A puera tá baixando,
a cachaça tá subindo,
e a nêga me convidando,
prá fazê um amô tinindo.

E cuma baitola num sô,
e o forró tá terminando,
eu já sei pra onde vô,
tem um matin isperando.

Fortaleza, 02/12/06

***

6) Não aguentei e entrei!
Lídia Valéria Peres

Coração descompassado,
cheio de amor pra dar,
fantasiando emoções,
no molejo do forró rebolar.

No arremesso da dança,
nossos pés se encontrando...
sapatos rangendo, e nós, sorrindo,
nossas pernas se enlaçando.

Corpos colados, sufoco louco,
de súbito, acendeu a chama.
Sensação fluindo aos poucos...
aos movimentos que me inflamam...

Corpos colados...
mãos suadas se apertando...
coração alado, apaixonado,
um doce beijo esperando.

O forró continua,
o movimento me aquece,
quando suas mãos descem
um pouco mais da cintura...

Um feitiço...
desde o primeiro instante.
Amor vibrante, amor antigo
faz meu coração palpitante.

Rosto enrubecido!
Ah, este forró, que loucura...
coração comprometido...
Perco a postura!





Guida Linhares
Enviado por Guida Linhares em 06/12/2006


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