LIVRO DA VIDA
Guida Linhares


No livro da vida escrevi teu nome
numa linda tarde de primavera,
foi apenas uma doce quimera.

Tão feliz eu me achava, tu me inspiravas.
Assim folhas e folhas versejei,
pelo amor que apenas eu sonhei.

O tempo foi passando e sentia que algo,
parecia mudado e o teu olhar apaixonado,
agora parecia perdido, desencontrado.

Mas o coração quando se encanta,
cega todos os sentidos que de tolos,
não movimentam mais os monjolos.

Enquanto na página eu escrevia
sobre a felicidade que me cercava,
já partias para sempre, pois viajavas.

Depois foram tantas incertezas,
mágoas e desculpas esfarrapadas,
que as páginas ficaram molhadas.

Uma vez me disseste que
as lágrimas vertidas dos olhos da mulher,
são cobradas do homem que provocou seu aparecer.

Tão bonita intenção, a escrevi no livro,
pois acreditei que o dono de tal coração,
jamais faria brotar lágrimas de traição.

Mas cedo percebi que foi ledo engano.
E assim de todos os pareceres de tua lavra,
restaram as manchas e borrões das palavras.

Mas as páginas são para serem viradas,
pois o livro da vida se compõem de passagens.
Somos caminhantes em busca de novas aragens.

Santos/SP
18/12/06