Estranho desejo
Guida Linhares



Hoje clamas pela morte,
pois sentes muita tristeza.
Porque não chamas a sorte
que te fará ver maior beleza?

Por vezes tudo parece desabar
e nos sentimos impotentes.
Aguardemos o tempo passar.
Ele levará junto a má vertente.

Assim percebemos que a vida
tem a sua própria dinâmica,
e até mesmo a maior ferida,
fecha-se em mágica mecânica.

E vamos ao encontro do amanhã,
com uma saudável disposição,
plantando novas sementes de romã,
plenas da esperança,
que nos tira do chão.

Santos/SP
29/01/07

Dueto em resposta ao poema da querida amiga poetisa


Meu desejo
Má  Oliveira


  
Que me acolha, hoje, a morte!!!

Pois se mais um dia eu, assim tiver que viver,

mais que morta já estou...


  
Então, que  me  venha de forma plena...

Não importa como.

Apenas chegue agora !


  
Se de maneira trágica ou indolor,

já me é irrelevante...

Apenas desejo que seja definitiva.


  
Venha como vier, mas não me falte.

Já me é tardia...


  
E aí então,

meus ais se findem,

as marcas em minha mente se apaguem

e novas em meu corpo não surjam...

Que as dores de minha alma se dissipem...


  
Que qualquer chance de reencontro numa vida futura,

seja coibida...

Onde enfim, de tua irá não serei mais o alvo

e de tua posse eu escape...



libertando-me assim,

da responsabilidade de teus erros,

que me tinge de anil e

livrando-me da culpa pelo sangue que goteja...



Publicado no Recanto das Letras em 29/01/2007
Código do texto: T362545