Canteiro dos girassóis

Desvelando o sol poético.

Textos

Continuo a caminhada...
Continuo a caminhada...
Guida Linhares

Continuo a caminhada,
e cada pedrinha que encontrar,
jogo para dentro de um manso rio.
Sento a sua margem,
e vou olhando as águas desviadas,
pelas pedras maiores do fundo,
como se me ensinassem
a não colocá-las no colo,
quando os dissabores maiores,
atormentarem meu pequeno mundo.
Ainda tenho tantos sonhos,
mas por vezes o medo aparece,
ao ver surgir tantas mazelas,
que por fim me pergunto:
- Ainda haverão estrelas sentinelas,
que façam nossos dias mais risonhos,
perpetuando de amor  e paz,
este nosso eterno latifúndio?

Santos/SP
29/03/07

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Participação no noneto sob o tema "DECISÃO" iniciado pela querida amiga poetisa Rivkah Cohen

****

DECISÃO

Olho para o alto
e me decido.
Se a vida quiser
que espinhe!
Vou levando tudo que aprendi,
pois sei que cobrará
esse caminho.
Não me importo
se a lágrima se soltar
por algo muito doído.
Se é lá que está,
chegarei, pode apostar!
E no Seu colo
descansarei, dormindo..

...*...

A vida é feita de escolhas?
Traçaste caminhos retos, sem encruzilhadas?
Plenos; planos; onde possas dar grandes passadas?
Vaguei tanto para meu espanto!!!
Perdi a conta dos desencantos
E quando penso em seguir não me levanto!!!
Volvo ao passado e não sei se ouço riso ou pranto...
Fica tudo tão impreciso que não ouso improviso
Não tenho pretensão de chegar ao paraíso
Mas a um coração que me acolha como preciso. Sem aviso
porque nem sei onde chegar quero, para ser sincero...
De repente o insight...
Nesta  procura fui fundo...
Procurei o que fiz; pensei que eram meus,
mas foram tomados pelo mundo...
Todos meus trilhos tiveram brilhos
E espero nunca vê-los sem eles...
MEUS FILHOS...
Nilmar Velasco - 24-3-2007
...*...
Sim
e como depende das escolhas!!
Tracei caminhos retos,
pois tinha urgência de chegar,
mas a vida por certo
mostrou-me
que dependia de outras pessoas,
de lugares onde parar,
mostrou-me as noites,
o cansaço,
o ir embora das forças,
o readquirir, buscar,
mas se não fossem minhas metas,
minhas escolhas,
conheceria muito mais açoites
do que pessoas certas
no meu caminhar.
A vida é uma guerra
que em alguma hora
vencemos
ou vamos embora
para infelizmente relembrar..
rivkahcohen
...*...

Decidi
Marilda Conceição

A vida mostrou-me caminhos turvos.
Tantos tropeços!
Dia virando noite,
noite virando dia.
Tempestades,
nuvens negras nublando minha alegria.
Pedras?! Ah, quantas no meu caminhar;
quantas muralhas tive que derrubar;
quantas lágrimas tive que secar.
Tortuosas curvas não me deixavam chegar.
Mas quem ou o quê pode um ser forte derrotar?!
Lutar! Lutar sempre foi minha meta.
E, num grito de alerta,
prometi:
não perder a fé nem a esperança,
lutar com perseverança.
E, por amar a vida,
decidi:
voltar a sorrir, não mais chorar.
Decidi, sobretudo, me amar.

RJ, 26/03/2007
Marilda Conceição
...*...

Não é qualquer algia
que me fará abjugar a algesia,
e chorar,
lágrima dura e feita sem conquista,
mas que se faz vertente,
pelo som das mãos suaves
de um divinal rabequista...
Jamais me perderei feito rábulo,
no abrimento  fastidioso do prolixismo.

Meu caminho,
não se faz prolífero
nem minhas lágrimas
a mim, servem como sonífero.
Apenas sei que devo,
- por motivos mil -
seguir por ai,
de modo corrediço,
sem estar abjurando,
abjungindo ou fugindo
de qualquer adrego
onde meu segredo,
possa fazer-se exposto.
Pra que sorver da dor o gosto?

Eu sei que quero,
- sempre envolto em cansarina -
fazer mergulhada a minha sina
pra que eu não me perca,
do que a sapiência aconselha-me ser,
e por conseguinte construir e ter.

Se houver dores no caminho,
nada ser-me-á cobrado com exação,
pois tenho um coração que me exige respeito,
e pra que ele jamais se desfigure,
e amorfo, seja similar ao que se faz desfeito,
vou lembrar-me sempre do dito,
um tanto quanto contradido,
de que não existe mal que de modo infinito perdure.

E que venham as arestas do finito
tangenciando meu senso,
de forma abstersa,
pra que nenhuma controvérsia,
faça-se construir de um neblinoso
conceito de que o que nos é custoso,
far-se-á desaparecer,
se pegarmos atalhos...
Esses são apenas retalhos,
que sonham se juntar...

josemir

****
Conquistando a Vida

A vida é feita de variados caminhos
e neles encontramos farpas,
muralhas, pedras e espinhos.
Lágrimas regam a face cansada
mas a fortaleza que há em mim,
nunca será derrubada!
Viver é uma conquista!
Todos os obstáculos ensinam
que a força vence o cansaço
e que cada dia vivido
é uma lição de aprendizagem.
Escolhas? Uso meu livre-arbítrio,
a consciência me induz
percorrer a estrada certa,
fugir da escuridão
e seguir os rastros de luz.
Sonhos? Ah! Sonhos!...
Quantos foram maculados ou decepados,
mas em seu lugar, outros tantos sonhei
até meu objetivo alcançar!
Vida é passagem obrigatória,
para ao fim da etapa
aqueles que semearam
bons sentimentos
e se desnudaram do egoísmo,
usando a amor como ponte,
que se afastaram do abismo
da vaidade descabida
e  com as mãos limpas,
consciência tranquila
alma sem ressentimentos
colherão os louros da glória!
Anna Peralva
27/03/07
...*...

Construindo a Vida...
Regina Coeli Rebelo Rocha (RJ)

Quem sou eu, afinal?
Tantos anos vividos,
o coração tão partido,
largo malas e bagagens,
esqueço meu vendaval...
Leva-me, ó Vida,
pra longe, pro alto,
prum lugar sem sobressalto,
prum sonho que não seja miragem,
quem sabe, novo ponto de partida...
Estou quase morrendo,
não sei se fui nem se sou...
Como um  grito que não se escutou,
sigo em busca de minha identidade,
que aqui não estou vendo...

...*...

Persistente
Marise Ribeiro

Os percalços da vida
atravessei,
não desanimei
e ainda agradeci,
pois foi assim
que pude conhecer
a ingratidão,
a falsidade e a maldade.
A vida até então
havia se mostrado
como uma aquarela bela
e suave...
Acariciava a minha face
feito brisa leve,
mas depois da bofetada
inesperada
amadureci e decidi
não mais ser enganada...
Qual o que,
pela medalha da desilusão
ainda sou condecorada;
mas pensam que eu desisti?
Pulo as pedras,
me equilibro e
continuo a caminhada...
29/03/07
...*...

Continuo a caminhada,
e cada pedrinha que encontrar,
jogo para dentro de um manso rio.
Sento a sua margem,
e vou olhando as águas desviadas,
pelas pedras maiores do fundo,
como se me ensinassem
a não colocá-las no colo,
quando os dissabores maiores,
atormentarem meu pequeno mundo.
Ainda tenho tantos sonhos,
mas por vezes o medo aparece,
ao ver surgir tantas mazelas,
que por fim me pergunto:
- Ainda haverão estrelas sentinelas,
que façam nossos dias mais risonhos,
perpetuando de amor  e paz,
este nosso eterno latifúndio?

Santos/SP
29/03/07

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Guida Linhares
Enviado por Guida Linhares em 30/03/2007


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