Canteiro dos girassóis

Desvelando o sol poético.

Textos

Impossível chão
4)  IMPOSSÍVEL CHÃO
Guida Linhares

Chegou como um furacão,
abriu janelas, atiçou o desejo,
rompeu a clausura do coração,
consumou-se num longo beijo.

Ardeu nas profundas entranhas,
fuçou todos os possíveis cantos,
ardeu em caprichosas manhãs,
pleno de fulgores e encantos.

Mas da mesma forma que veio,
recolheu-se ao seu olho central,
deixando apenas um triste receio,
das paixões que vêm num rastro do mal.

Dentro da minha nova lei,
este chão não mais quero beijar.
Quero a paz de um amor onde um rei,
chegue na brisa de um suave sonhar.

Santos/SP
10/04/07

***

1)  ESTRANHO SENTIMENTO
*Anna Peralva*


Estranho este meu sentimento,

Amor maior que eu!

Mas que só traz sofrimento

E destrói os sonhos meus.

*

É um sentir tão eloqüente

Que pulsa no coração com insistência,

Não ouve o gemido da alma doente,

Clamando por clemência!

*

A solidão é sua morada

Mas voluntarioso insiste,

Nesta vida mal-aventurada.

*

Fiel, persiste, resiste, ainda crê...

Mesmo não sendo retribuído,

Vibra, recusa-se a fenecer!...

*

2007

***

Publicado no Recanto das Letras

Código de Texto

T375136

www.annaperalva.net

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2)  RECUSO-ME

Gui Oliva

recuso-me a dizer  a esse amor
adeus ou mesmo um até breve,
pois  ainda que passe célere esta vida,
é ele que está a me oferecer a sobrevida

recuso-me a aceitar a dor,
quando ela quer me manter impedida
de experimentar o gozo extremo,
do prazer desse amor que para mim é pleno,

recuso-me a apagar este calor
que acende minhas entranhas
em brasas  ardendo nesta paixão tamanha,

recuso-me deixar de sentir
o sabor de toda esta  emoção bendita
pois, mesmo que eu morra amanhã...
esse amor fica!

Santos/ 05/08/06

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3)  Tortura Amada

Schyrlei Pinheiro

Estranho sentimento,
invadiu meu ser, perdido na dor.
Cego de amor, sofre a infeliz, a tortura
que rasga as entranhas,
sem aceitar a inevitável derrota.
Delirando, segue combatendo a morte,
reconhecendo, nos limites, a ilusão,
que sangra nas batidas do coração.
Fixo na miragem, sente na pele a tortura,
de ver no deserto o eco de uma paixão.  
Perdida, a vida vencida implora paz e perdão,
despertando o desespero, que grita não,
sem entregar a espada da infinda aflição,
que lhe tira a coragem do chão,
nega a Deus a semente da eterna união,
que vence as guerras do mundo
com o perfume da renovação.
A tortura é o fim, ou o inicio de uma questão,
escrita na lei da verdade, existente na grande razão, que jamais se rende a qualquer paixão.

***

Música > Sonho Impossível, com Maria Bethania.

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Guida Linhares
Enviado por Guida Linhares em 11/04/2007


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