Canteiro dos girassóis

Desvelando o sol poético.

Textos

Mar da Saudade, em dois tempos.
MAR DA SAUDADE
Guida Linhares

-  I Tempo -

Quando te sinto triste,
minha maior vontade,
seria estar ao teu lado,
para fazermos da nossa tristeza,
um pacote bem fechado,
jogado no mar da saudade.
  
Quando te percebo alegre,
um sol ilumina o meu dia,
E nele, descanso a alma,
porque nela entra a tua alegria.
Do cotidiano sem calma,
ela é o bálsamo que o suaviza.
  
Quando te vejo saudoso,
envolto em mil sentimentos,
gostaria que soubesses,
que de todos os lamentos,
o pior seria se sumisses,
levando contigo nossos momentos.
  
Quanto me percebo inquieta,
talvez quem sabe, pela distância,
lembro que nos propomos a uma meta,
mergulhando num oceano de ânsias,
em que juntos seguiremos uma reta,
em busca da almejada felicidade.

- II Tempo -

Tua partida trouxe muita tristeza.
Todo meu universo se abalou,
como uma avalanche de neve,
cascateando monte abaixo,
entre mil cristais de lágrimas.

Toda a alegria desapareceu
envolta em coloridas bolhas de sabão
espalhadas pelo vento da partida.
A luz da tua presença
que abraçava as horas benditas,
bruxuleou quando a contrariedade
fez calar todos os cânticos
que harmoniosamente entoávamos.

Assim, quando a saudade bate forte,
revejo nossos melhores momentos,
de um passado não tão remoto,
quando os sonhos eram comuns,
e a vida um transparente e plácido lago.

Hoje a inquietude veio me visitar,
por saber que te sentes solitário
neste canto, onde fechaste a porta
para que eu jamais em tempo algum,
volte a te encontrar de novo.

Que faço agora? Talvez neste
mar da saudade
eu possa mergulhar meu passado,
e esquecer que muito nos amamos,
e poder voltar à tona inteira,
com o coração renovado,
e o olhar focado no horizonte.

Santos/SP/Brasil
2005/2008

Guida Linhares
Enviado por Guida Linhares em 13/01/2008


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