MEDO DE AMAR
Guida Linhares


Nunca tive medo de nada,
nem do escuro, nem do futuro,
nada me fazia tremer nas razões,
paralizar atitudes ou reações.


Até que voce apareceu na vida
e um estranho enfeitiçamento
apoderou-se de todo o meu ser,
que só tinha olhos p`ra te ver.


Mas tudo não passou de ilusão,
traiçoeira na calada da noite,
me mostrando a cara da verdade,
e custei a crer na infidelidade.


Mas se há pecados a serem pagos,
que sejam ainda nesta existência,
a vida sempre nos dá o aprendizado,
equilibrando a balança, nada fica de lado.


Se antes o medo não me paralizava
e não conhecia esse ambíguo sentimento,
agora cresce em meu peito esta defesa,
que está levando meu coração à frieza.


Medo de amar e de me entregar inteira
a um certo coração ainda que amoroso,
demonstrando carinho, afago e ternura.
Ainda assim, meu sentir está em clausura.


Santos/SP

02/02/07

Participação no tema "Medo" das  Cirandas de Letras,
da querida amiga poetisa Anna Muller.

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SEM MEDO DE  AMAR

Malu Otero

  

Sempre tive medo do escuro,

E nem se fale, então, do futuro...

Dava-me muito medo da morte.

Não a minha, a de meus pais,

Sem eles, qual seria a minha sorte?

Seria triste demais...

A timidez era tanta

Que engolia as palavras,

Ficava só na retranca,

Sempre cheia de travas.



  

Aí o tempo passou

E a vida me ensinou

Que tinha que aprender

A dos outros me defender.

Foi assim que guardei a timidez,

Adquiri, sem querer, certa insensatez

E, então, eu aprendi a aferroar,

Ainda que não quisesse magoar.




  

Vivi a magia dos novos tempos,

Dei a volta ao mundo em segundos,

Caí no abismo e só nós sabemos

Que pra sair dele tive que ir fundo.

Agora tenho que aprender mais...

A ser forte, não quero reencontrar

O medo, mas sim viver em paz

E sei que em mim está o limiar.





É chegada a hora de alçar vôos,

De fato, chegou a hora de planar,

Sem medos meu canto entôo,

Sem medo de ser e de amar...





Assis - São Paulo - Brasil

22/01/2007

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